Em meio a tanta notícia ruim, a única vantagem é saber que não é preciso mais esperar pelo pior.
É espantoso que ainda haja representantes das instituições da República e lideranças políticas e empresariais incensando análise de conjuntura, quando todas as cartas já estão abertas sobre a mesa. A falsa inocência é comparável à anedota em que dois homens discutem detidamente se a porção marrom, encontrada no chão, com características, aspecto, cheiro e consistência é mesmo de coco, até que um deles resolve experimentar para atestar: “é merda, mesmo!”
Todas as camadas estão comprometidas
É espantoso que ainda haja representantes das instituições da República e lideranças políticas e empresariais incensando e estudando pacientemente análises de conjuntura, quando todas as cartas já estão abertas sobre a mesa. A falsa inocência é comparável à anedota em que dois homens discutem detidamente se a porção marrom, encontrada no chão, com características, aspecto, cheiro e consistência é mesmo de cocô, até que um deles resolve experimentar para atestar: “é merda, mesmo!”
O desmilagre econômico
Os indicadores econômicos expressam a terra arrasada em que o país atolou. Os atuais níveis cambiais e inflacionários revelam uma fadiga no sistema financeiro. A manutenção da unidade monetária vai custar uma elevação do endividamento da dívida pública, via escalada da taxa de juros (a qual o limite?). Mesmo num quadro de paralisia por conta da pandemia, Guedes com seus amarfanhados conceitos leva a economia de volta para o passado, a um cenário semelhante ao dos anos 80, em que o azul da conta-corrente era dependente do ingresso de dinheiro de terceiros. Ou seja, nada corrigido, as contas tornar-se-ão reféns de ataques especulativos.
A desindustrialização
Não pela conjuntura, mas por decisão estratégica, os parques de produção automobilística estão sendo desativados e transferidos. As montadoras preferem outros países como plataforma de exportação. Não há tecnologia própria em TI; a aviação, desmontada; outros setores outrora vigorosos estão afetados, não apenas pela paralisia da pandemia, mas pelos sinais da economia. O desemprego nas metrópoles alcançou níveis recordes e não há retirada de direitos que faça o engajamento formal dos trabalhadores crescer. Recentemente, a turma do Guedes mudou o cálculo do Cadastro Geral de Empregos para maquiar uma enganosa retomada.
A Constituição ameaçada
Vários caminhos levam ao desfolhar da Carta Magna. As reformas mitológicas da Previdência e Trabalhista são prenúncios da supressão dos Direitos fundamentais transcritos em cláusulas pétreas da Constituição.
A sociedade solapada pela crise sanitária
Parte da crise inflacionária se deve a má gestão da crise sanitária. Pressões e inflação por demanda num sistema em que a cadeia de suprimentos básicos foi desmobilizada por falta de previsibilidade. Se Guedes tivesse mesmo lido Keynes ( traduzido ou “no original”) saberia o que fazer. Tributos para fundo de Guerra não são apenas receita nova, ordenam o que é prioritária abastecer para evitar inflação por demanda (Guedes entende, mesmo? Ou é só mais um empresário querendo “vencer” na sombra do Estado).
A falta de provimento de vacinas terminou por jogar por terra as expectativas dos brasileiros. Se apegam ao isolamento social como a última tábua da salvação, mas são “convocados” a arriscar a vida para salvar a “economia”, quando, realmente, estão se arriscando para salvar o lucro do empresariado mesquinho que não se importa com a vida das pessoas, gerando uma tensão entre salário de fome ou fome advinda do isolamento social. Bolsonaro tivesse feito a lição de casa, nem trabalhadores ou empresários estariam passando pela campanha fascista contra o lockdown.
A demora do auxílio emergencial tornou o desalentado em ouvido fácil para soluções desesperadas
A combinação da vocação truculenta do governo e de um povo desesperado por soluções contra a fome vai desaguar no pior dos mundos. Distúrbios sociais é tudo que Bolsonaro deseja para colocar em prática seu regime autoritário. A renúncia dos chefes das Forças Armadas é uma pintura esclarecedora dos planos de Bolsonaro contra o regime Democrático. Só não admite quem tem em vista algum ganho futuro na perversidade que se avizinha.
O que leva às seguinte questão: como resistir à escalada autoritária de Bolsonaro e de suas forças milicianas?
Republicou isso em REBLOGADOR.
CurtirCurtido por 1 pessoa